segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Ciência Cognitiva


Ciência cognitiva é o estudo interdisciplinar da mente e da inteligência, abrangendo áreas como a psicologia, inteligência artificial, neurociência, lingüística, filosofia e antropologia (hexagono cognitivo). Suas origens intelectuais datam dos meados da década de 50 quando investigadores em vários campos começaram a desenvolver teorias de mente baseados em representações complexas e simulações computacionais. Na década de 70, organizações começaram a se mobilizar, formando a Sociedade de Ciência Cognitiva e o Cognitive Science Journal. Desde então, mais de sessenta universidades nos EUA e na Europa estabeleceram programas de ciência cognitiva e muitas outras instituíram cursos em ciência cognitiva. Tentativas para se entender a mente e seu funcionamento iniciaram, pelo que se tem notícia, com os gregos antigos, quando os filósofos Platão e Aristóteles tentaram explicar a natureza do conhecimento humano. O estudo da mente permaneceu no campo da filosofia até o século 19, ocasião em que a psicologia experimental desenvolveu-se. Wilhelm Wundt, médico alemão, foi sua maior expressão. Wundt considerava mente e corpo sistemas distintos e independentes, podendo-se estudá-los por métodos de laboratório. Em poucas décadas, porém, a psicologia experimental foi dominada pelo behaviorismo, a escola que virtualmente negou a existência de mente. De acordo com behavioristas como J. B. Watson, seu fundador, a psicologia deveria se restringir a examinar a relação entre estímulos observávéis e respostas de comportamento. Questões relacionadas a consciência e representações mentais foram banidas das discussões científicas. Especialmente nos EUA, o behaviorismo prevaleceu na década de 50. Por volta de 1956, o cenário intelectual começou a mudar dramaticamente. George Miller, considerado um dos criadores da ciência cognitiva moderna, em numerosos estudos mostrou que a capacidade de pensamento humano é limitada. Ele estabeleceu que a consciência pode manejar sete mais ou menos dois "segmentos" de informação ao mesmo tempo. Nessa época, pesquisadores John McCarthy, Marvin Minsky, Allen Newell, e Herbert Simon estavam fundando o campo da inteligência artificial. Com a união do modelo matemático de MacCulloc e Pitts (1943) e da teoria de aprendizado de Donald Hebb (1949), foi possível nos anos 50 a criação do modelo de rede neural artificial chamado Perceptron. Na década de 30, com os trabalhos de Turing já se mostrava a possível natureza computacional dos processos mentais. Nos anos 50, com a construção de programas de computadores capazes de provar teoremas matemáticos, a escola behaviorista foi cada vez mais sendo negada, dando lugar a uma nova teoria geral da mente, a chamada ciência cognitiva. A ciência cognitiva compreende a unificação de diversas teorias, embora haja peculiaridades de métodos de experimentação entre investigadores nos diversos campos que se prestam a estudar mente e inteligência:

1. a psicologia, uma vez que estuda a simbologia mental, a cognição e os processos psicológicos básicos (memória, atenção, aprendizagem, percepção e etc);

2. a lingüística, porque estuda os processos responsáveis pelo fenômeno da linguagem;

3. as neurociências, cujo domínio de estudo é o cérebro, órgão responsável pelo processamento sensorio-motor em sistemas biológicos;

4. a antropologia, porque estuda a ontologia humana;

5. a filosofia, domínio da lógica e da teoria do conhecimento;

6. a inteligência artificial, porque estuda a criação de autômatos.

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